Hoje escrevo sobre um assunto que não está diretamente ligado as atividades aquáticas, porém por ser relevante e tema de minha tese de doutorado acredito ser muito oportuno.
A
aids é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema imunológico. Causada pelo vírus da imunodeficiência humana
(HIV), ), que ataca principalmente os linfócitos T CD4+, alterando seu DNA para
produzir mais cópias de HIV (BRASIL, 2011). Os primeiros casos
foram descobertos e definidos como aids em 1982. Em poucos anos a enfermidade
multiplicou-se, provocando inúmeras mortes.
A
partir da década de 1990, aumenta a utilização da terapia antirretroviral
(TARV)l, que impede a multiplicação do vírus no organismo, prolongando o tempo
e a qualidade de vida do indivíduo soropositivo. Com o advento da TARV, a
infecção pelo vírus HIV pode ser considerada uma doença crônica e manejável (TERRY, 2006)
No
Brasil, a partir de 1996 passa a ser distribuído gratuitamente para os que
necessitam de tratamento. Depois de longo tempo de uso, a TARV pode provocar efeitos
colaterais, além de danos a alguns órgãos, lipodistrofia (mudança na
distribuição de gordura corporal), diabetes, alterações no perfil lipídico e
osteoporose. (CARR et al., 1999; DOLAN et al., 2004; MCCOMSEY et al.,
2011) e anormalidades no SNA (BORGES, J. et al., 2012; LEBECH et al., 2007).
No
Brasil, desde o início da epidemia até 2014 foram notificados 757.042 casos de aids,
sendo a média anual dos últimos 5 anos de 39,7 mil casos. A taxa de detecção de aids no país é de 20,5
casos por 100 mil habitantes (BRASIL, 2014).
O exercício físico é um notório controlador dos efeitos
colaterais da TARV, quando esses acontecem (por outros fatores) em indivíduos
não portadores de HIV (ALMSTEDT et al., 2011; EKELUND et al., 2011).
A possibilidade do exercício como uma intervenção barata
e segura levou a órgãos governamentais ou do terceiro setor a recomendar a
atividade física e criando seus manuais de orientações.
Intensidade e volume
•
Lira (1999) em revisão do assunto afirma ser
prudente que a intensidade fique abaixo do limiar anaeróbico;
•
Stringer (1999) indivíduos com CD4 < 200
cel/mm3 é prudente recomendar intensidade moderada ao invés de alta
intensidade aeróbica.
•
Palermo e Feijó (2003) recomendam a
intensidade de até 75% do Vo2máx
e até 45 min.
•
Terry
et.al. (1999) em ensaio clinico mostraram que intensidades de 60% e 85%
da Fcmáx não modificaram de maneira significativa o número e % de CD4, CD8 e
CD4/CD8.
O risco
que não se deve correr é expor a pessoa vivendo com HIV a imunossupressão aguda
e transitória com a alta intensidade do exercício.
EM
LINHAS GERAIS A PRESCRIÇÃO ADEQUADA
•
Exercícios de força 8 a 15 repetições máximas
;
•
Exercícios aeróbios (contínuo ou
intervalado), com duração de 20 a 60 minutos e intensidade variando de 60 a 85%
da frequência cardíaca máxima;
•
Exercícios de flexibilidade;
•
Frequência – 3 a 5 vezes por semana;
* Sempre com liberação do médico responsável
* Preferencialmente níveis de linfócitos TCD4 > 350 cel/mm3
•
O exercício não funciona como um substituto
da TARV.
BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO FÍSICO
•
Melhora ou manutenção do TCD4;
•
Melhora da força muscular;
•
Aumento da massa magra;
•
Redução do G%
•
Controle das dislipidemias e glicemia;
•
Melhora do condicionamento cardiorrespiratório;
•
Melhora da flexibilidade;
•
Melhora da auto estima;
•
Melhora da Qualidade de vida
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