sábado, 7 de novembro de 2015

HIIT na água...pode?

Pode sim, tanto que já existe! Tem sido uma constante há muito tempo a adaptação das modalidades de sucesso em ambiente terrestre para o meio líquido, vide Spinning x AquaSpin; Jump x Jump aquático, Step x Step aquático, Pilates x AquaPilates; pliometria x pliometria aquática, pole dance x Aqua pole etc... Algumas destas modalidades não passam de modismo e às vezes até adaptações esdrúxulas, já outras têm uma eficiência comprovada e fazem grande sucesso.
Não há pretensão aqui de explicar o que é o HIIT, pois já está bem documentado por artigos, reportagens e até em material postado por ótimos professores no próprio Instagram. De toda forma cabem algumas considerações apenas para contextualização. HIIT é High-Intensity interval trainning e consiste basicamente em estímulos de alta intensidade seguidos de intervalos ativos ou passivos em curto espaço de tempo. O mais conhecido é o método de Tabata que utiliza 20s de exercício de alta intensidade por 10s e recuperação por 8 ciclos, totalizando 4 minutos.
O HIIT não é necessariamente novo, muito pelo contrário o método Tabata data da década de 90 e leva o nome de seu criador Izumi Tabata. O HIIT na verdade é um treino intervalado (TI), que se formos mais para trás no tempo, veremos que o TI é considerado o marco do período científico do treinamento desportivo e data de pouco antes da 2a mundial com o treinador GERSCHLLER superando recordes mundiais dos 400 m e 800 m de corrida (TUBINO, 1993)...o resto é história!
Os tipos tradicionais de TI que mais se assemelham ao HIIT são: TI rápido e Interval Sprint, porém com um número de estímulos muito maior que os 8 preconizados pelo Tabata. O que chama atenção atualmente é uma série de estudos mostrando a eficiência do método (CASSIDY et al., 2015FISHER et al., 2015KETEYIAN et al., 2014LIOU et al., 2015SHIRAEV; BARCLAY, 2012) o que acabou corroborando para o enorme sucesso. 
Sucesso comprovado pelo guia para tendências do fitness para cada ano do American College of Sports Medicine (ACSM) onde o HIIT já figurava como atividade que viria com força nos guias de 2014, 2015 e também aparece como tendência no guia para 2016, ou seja, está em voga!



Buscando no Pubmed com a palavra chave HIIT são listados 220 artigos, mas quando se busca o HIIT relacionado ao meio líquido apenas 8, sendo 6 para natação, demonstrando o pouco de conhecimento produzido em relação às atividades aquáticas.
Qual exercício deve ser feito durante os estímulos? Vários tipos de exercícios são permitidos (bicicleta, corrida, saltos, etc.) e por que não o aquático? Sim é uma ótima opção e variação do treino, porém algumas considerações são necessárias.
·         Conhecimento das diferenças fisiológicas terrestre x aquático
- Existe uma série de modificações que ocorrem com a imersão, entre as principais podemos citar a diminuição da FC em relação ao exercício terrestre, devendo o professor se basear pela Escala de Percepção Subjetiva de Esforço para atingir a intensidade desejada.
·         Conhecimento das diferenças biomecânicas terrestre x aquático
·         - Em relação à sustentação do peso corporal, há que se observar a atenuação dos efeitos da gravidade o que pode atrapalhar na obtenção da intensidade desejada.
·         Como encaixar o modelo em sua programação?
- Pode-se criar um programa de aulas de curta duração no meio líquido constando de aquecimento – HIIT – resfriamento, utilização deste método no treinamento personalizado e até com muito critério incluir dentro da estrutura de uma aula tradicional de hidroginástica e natação
·         Quais alunos estarão aptos a realizar?
- Em relação aos alunos que podem praticar percebemos no senso comum a não recomendação para cardiopatas, hipertensos, diabéticos, destreinados entre outros que não figuram nos altamente condicionados. Entretanto as pesquisas não embasam o senso comum onde populações específicas têm obtido ótimos resultados (BOIDIN et al., 2015; GRAVEL et al., 2015; KETEYIAN et al 2014; RUSTAD et al., 2014), inclusive superiores ao tradicional treino contínuo. Aqui reside a importância do conhecimento!

SPERLICH et al. (2010) utilizaram o HIIT na natação em atletas nadadores de 9 a 11 anos e verificaram melhora no desempenho em curto espaço de tempo (2 semanas). BOIDIN et al. (2015) utilizaram HIIT em bicicleta aquática e compararam o resultado com exercícios de resistência em ambiente terrestre (os grupos seguiram uma dieta) e encontraram redução no peso e melhora em vários parâmetros em indivíduos obesos para ambos os grupos, demonstrando que o exercício aquático pode ser uma alternativa com baixo risco de lesão para este público.
Um estudo realizado em ratas com retirada de ovário, dieta para induzir a obesidade e uso do HIIT em meio liquido, demonstrou que o treinamento intervalado de alta intensidade pode fornecer vários benefícios como: redução do peso, pressão arterial e estresse oxidativo, assim colaborando para uma diminuição do risco de doenças cardiovasculares e metabólicas (PIMENTA et al., 2015).
HIIT na água? Pode! Agora é utilizar seu conhecimento e criatividade.

Abraços aquáticos













Um comentário:

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