A onda do momento é condenar o
exercício aeróbio contínuo de baixa e moderada intensidade. De fato em termos
de gasto energético e resultados para emagrecimento sabemos que não é a melhor
estratégia. Lembro-me muito bem há uns 10 anos atrás quando ainda atuava no
salão e setor cardio era quase impossível convencer o aluno a sair da tal zona
de queima de gordura apresentada em gráfico na esteira, quando o nome estava em
inglês “Fat Burn Zone” ai era pior...kkk. Por mais que explicasse que se
conseguissem fazer os mesmos 30 minutos em intensidade maior o gasto seria
superior e o EPOC idem...enfim...em vão. Mesmo assim me incomoda a forma como
uma estratégia de exercício é ridicularizada e condenada atualmente. Parte dos
que condenam o aeróbio contínuo, bradam em tom quase político que o HIIT é o
que deve ser prescrito e o aeróbio só serve para o que gostam de correr. Antes
de tudo quero dizer que indico, prescrevo e faço o HIIT, porém está de longe
ser a única estratégia. Até agora só falando por observação e experiência
própria (o que não serve de nada, a não ser que seja um gênio ou semideus), mas
o que as pesquisas nos mostram? De fato vários estudos demonstram a eficiência
do método e/ou sua superioridade sobre o aeróbio contínuo (CASSIDY et al., 2015; FISHER et al., 2015; KETEYIAN et al., 2014; LIOU et al., 2015; SHIRAEV; BARCLAY, 2012). Porém Mikami et al. (2015) estudaram
os efeitos de 55 minutos de exercício em bicicleta estacionária (entre 60 – 70%
do VO2Máx) durante 8 semanas sobre a Irisina e gordura corporal em
jovens e homens de meia idade ou idosos. Encontraram aumento nos níveis
circulantes de irisina somente para o grupo de indivíduos mais velhos, com
redução de gordura corporal, especulando que o exercício aeróbio contínuo pode
ser útil para esta população. Ahhhh...sabe quem era um dos autores? Izumi
Tabata (até lembrei-me de uma música “meus heróis morreram de overdose...” –
uma alusão meio louca). Outro ponto pouco abordado são os efeitos do HIIT sobre
o sistema imune, por exemplo, será que devo fazer HIIT para todos e todo dia?
Tossige-Gomes et.al(2016) afirmam que os efeitos do treinamento intervalado de alta
intensidade sobre a imunidade são pouco conhecidos e em seu estudo encontraram redução
de linfócitos T (importante para imunidade), chamando atenção para mais
pesquisas a respeito dos efeitos agudos do HIIT sobre imunidade. O segredo é
estar sempre antenado e não tomar
como verdade qualquer informação.