terça-feira, 20 de setembro de 2016

Aeróbio - O Patinho feio?

A onda do momento é condenar o exercício aeróbio contínuo de baixa e moderada intensidade. De fato em termos de gasto energético e resultados para emagrecimento sabemos que não é a melhor estratégia. Lembro-me muito bem há uns 10 anos atrás quando ainda atuava no salão e setor cardio era quase impossível convencer o aluno a sair da tal zona de queima de gordura apresentada em gráfico na esteira, quando o nome estava em inglês “Fat Burn Zone” ai era pior...kkk. Por mais que explicasse que se conseguissem fazer os mesmos 30 minutos em intensidade maior o gasto seria superior e o EPOC idem...enfim...em vão. Mesmo assim me incomoda a forma como uma estratégia de exercício é ridicularizada e condenada atualmente. Parte dos que condenam o aeróbio contínuo, bradam em tom quase político que o HIIT é o que deve ser prescrito e o aeróbio só serve para o que gostam de correr. Antes de tudo quero dizer que indico, prescrevo e faço o HIIT, porém está de longe ser a única estratégia. Até agora só falando por observação e experiência própria (o que não serve de nada, a não ser que seja um gênio ou semideus), mas o que as pesquisas nos mostram? De fato vários estudos demonstram a eficiência do método e/ou sua superioridade sobre o aeróbio contínuo (CASSIDY et al., 2015FISHER et al., 2015KETEYIAN et al., 2014LIOU et al., 2015SHIRAEV; BARCLAY, 2012). Porém Mikami et al. (2015) estudaram os efeitos de 55 minutos de exercício em bicicleta estacionária (entre 60 – 70% do VO2Máx) durante 8 semanas sobre a Irisina e gordura corporal em jovens e homens de meia idade ou idosos. Encontraram aumento nos níveis circulantes de irisina somente para o grupo de indivíduos mais velhos, com redução de gordura corporal, especulando que o exercício aeróbio contínuo pode ser útil para esta população. Ahhhh...sabe quem era um dos autores? Izumi Tabata (até lembrei-me de uma música “meus heróis morreram de overdose...” – uma alusão meio louca). Outro ponto pouco abordado são os efeitos do HIIT sobre o sistema imune, por exemplo, será que devo fazer HIIT para todos e todo dia? Tossige-Gomes et.al(2016) afirmam que os efeitos do treinamento intervalado de alta intensidade sobre a imunidade são pouco conhecidos e em seu estudo encontraram redução de linfócitos T (importante para imunidade), chamando atenção para mais pesquisas a respeito dos efeitos agudos do HIIT sobre imunidade. O segredo é estar sempre antenado e não tomar como verdade qualquer informação.